Morre aos 86 anos o jornalista Alberto Dines

Por Portal Opinião Pública 22/05/2018 - 11:35 hs
Foto: Zé Carlos Barretta / Folhapress

 

Morreu na manhã desta terça-feira (22), aos 86 anos, o jornalista Alberto Dines. A informação foi confirmada pelo hospital Albert Einstein, onde ele estava internado. O Observatório da Imprensa, instituto criado por Dines e onde ele trabalhava, lamentou a notícia.

“É com profunda tristeza que a equipe do Observatório da Imprensa comunica o falecimento de seu fundador, Alberto Dines (1932-2018) na manhã de hoje no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Estamos preparando uma edição especial sobre o legado do Mestre Dines a ser publicada em breve”, informou o Observatório em suas redes sociais. Ele deixa esposa e quatro filhos.

O jornalista, professor universitário e escritor Alberto Dines nasceu em 19 de fevereiro de 1932, no Rio de Janeiro.

Ele iniciou a carreira no jornalismo na revista “A Cena Muda”, na década de 50. Após passagens pelas revistas “Visão” e “Manchete”, assumiu a direção do segundo caderno do jornal “Última Hora”, de Samuel Wainer. Dines ainda foi editor-chefe da revista “Fatos e Fotos”, em 1960, dirigiu o “Diário da Noite”, trabalhou como diretor-editorial-adjunto da Editora Abril nos anos 80.

Dines foi também editor-chefe do “Jornal do Brasil”, de onde foi demitido em 1973 após a publicação de artigos que criticavam a ditadura brasileira. O jornalista ainda foi diretor da “Folha de S. Paulo” na sucursal do Rio de Janeiro.

Em 1996, lançou o site “Observatório da Imprensa”, veículo crítico de acompanhamento da mídia, que nasceu de uma iniciativa do Projor – Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo.

Como escritor, publicou mais de uma dezena de livros, entre os quais “O Papel do Jornal”, “Morte no Paraíso”, uma biografia do escritor Stefan Zweig, “Vínculos de Fogo”, sobre o escritor e dramaturgo Antônio José da Silva, morto pela Inquisição portuguesa, e “O Baú de Abravanel”, no qual reconstitui a trajetória de antepassados de Senor Abravanel, o Silvio Santos.

Na carreira acadêmica atuou como professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) de 1963 a 1966 e chegou a ser preso após criticar a censura, durante o regime militar, em um discurso como paraninfo de uma turma da faculdade. Ele ainda criou o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, em Campinas.