Dezoito anos após o maior escândalo de manipulação de resultados, o futebol brasileiro se vê novamente em meio a uma situação parecida. Em sua segunda fase, a Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás, tem investigado a possível participação de atletas em esquemas de manipulação em partidas até mesmo do Campeonato Brasileiro, para favorecer apostadores.

A ação teve um importante capítulo nesta terça-feira (18), com a revelação de que pelo menos seis jogos do principal torneio do país estão sendo investigados. As manipulações não envolviam os resultados dos jogos e sim a aplicação de cartões, amarelos ou vermelhos, no transcorrer da partida, para beneficiar alguns apostadores.

A operação acontece no momento em que o novo governo fala em regulamentar as apostas no país, devido ao surgimento de inúmeros sites de apostas, cada vez mais presentes também como parceiros dos clubes. Das 20 equipes que participam da Série A neste ano, todas têm, de alguma maneira, uma destas casas como parceira. E isso precisa ser discutido com urgência, antes que esses casos se tornem incontroláveis.

Regularizar esse nicho é a forma mais prática de garantir que fatores externos não interfiram no futebol, ainda mais agora quando é discutida a formação de uma Liga que deseja fortalecer a modalidade. Mas se isso não for feito, vai ficar cada vez mais difícil de acreditar que o principal esporte do país tenha alguma credibilidade. E as consequências serão profundas.