Após quase 40 dias presas na Alemanha, acusadas de tráfico internacional de drogas, as goianas Jeanne Paolini e Kátyna Baía enfim foram libertadas do cárcere depois que a promotoria alemã aceitou como provas de suas inocências as evidências enviadas de que ambas foram vítimas de uma ação de criminosos. Ao embarcarem para a Europa, em uma conexão no aeroporto de Guarulhos, as etiquetas de suas bagagens foram trocadas e colocadas em malas que transportavam 40 quilos de cocaína.

O caso envolvendo as duas brasileiras, entretanto, não parece ser o único e há suspeitas de que a quadrilha que agia em São Paulo já vinha atuando desta maneira há algum tempo. Contudo, até onde se sabe, ninguém havia sido preso por essa conduta. Nem possíveis vítimas, tampouco os criminosos, que contavam com a cumplicidade de funcionários do aeroporto. Na última semana, seis destes funcionários foram presos por conta do esquema.

Com a exposição do caso, é esperado muito mais rigor dos responsáveis pelo aeroporto, das companhias aéreas e dos passageiros que viajarão para o exterior, na tentativa de evitar que novos golpes como esse voltem a acontecer. Pois é fato que, se eles aconteceram uma vez, pode ser que retornem utilizando qualquer tipo de brecha na segurança.

Quanto à Jeanne e Kátyna, que viveram mais de um mês de pesadelo por um crime que não cometeram, que elas sejam devidamente ressarcidas de acordo com a lei, pois não fosse o esquema descoberto, provavelmente elas ainda estariam pagando por algo que não fizeram. E tomara que essa triste experiência não traga coisas negativas para ambas.