Com diagnóstico precoce, câncer ocular infantil tem cerca de 100% de cura

Por Portal Opinião Pública 17/09/2021 - 11:05 hs
Foto: Reprodução / Freepik

Após o nascimento, todo bebê precisa fazer o teste do olhinho para avaliar se há alterações que indiquem algum problema. De acordo com o médico Fernando Naves, coordenador do setor de Oftalmologia do Hospital Santa Casa de Mauá, o exame faz o diagnóstico precoce do retinoblastoma, um tipo de câncer que surge em um ou nos dois olhos e que pode ser tratado com sucesso nas fases iniciais, sem deixar sequelas. A patologia é o câncer ocular mais comum na infância, aproximadamente 400 crianças brasileiras sofrem com ele por ano, o que o torna raro.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA, cerca de 95% dos casos são descobertos antes dos 5 anos de idade. A retina é uma parte do olho que surge nas fases iniciais do desenvolvimento do bebê, em alguns casos ela pode continuar crescendo e formar o retinoblastoma. Esse crescimento está ligado a uma alteração genética que pode ser hereditária, mas também pode ser consequência de uma mutação aleatória.

Outros exames que podem identificar a doença são o ultrasson e a ressonância. Alguns sinais da doença envolvem reflexo branco no centro do olho (leucocoria), estrabismo em um ou ambos os olhos, alteração da cor do olho, vermelhidão constante e dificuldade para enxergar.

“Vale destacar que a leucocoria só aparece quando a doença já está em estágio mais avançado, junto com outros sinais como dor de cabeça, vômito, dor nos olhos e perda de visão. No caso de dúvidas procure um oftalmologista o mais rápido possível para confirmar ou descartar o diagnóstico”, orienta.

Quase 100% dos pacientes podem ser curados se a doença for detectada precocemente. O tratamento varia de acordo com o grau de desenvolvimento do câncer e naqueles que estão pouco desenvolvidos são utilizados Laserterapia, Crioterapia ou Termoterapia para destruir o tumor, todas são realizadas com anestesia geral.

Nos casos mais graves podem ser necessárias quimioterapia e radioterapia para tentar reduzir o tumor antes de experimentar outras formas de tratamento. Quando não houver resposta aos procedimentos, é indicada a cirurgia para retirada do globo ocular e evitar que o câncer continue crescendo e colocando em risco a vida da criança.