Custodio Condutores: a empresa mauaense que é líder no mercado de cabos para alarmes de incêndio
Imagine uma pequena empresa que, em dez anos de atividades, tornou-se líder de mercado em seu segmento, desbancando companhias de grande porte. Essa história, que pode até soar para alguns como um “conto de fadas”, é verídica e está mais próxima de nós do que poderíamos suspeitar. Essa é a história da Custodio Condutores.
A empresa é a cara e o sonho de seu fundador, o empresário Cláudio Custodio. Morador de Mauá, ele iniciou essa empreitada sozinho, em 2006, quando começou a estudar sobre a produção de cabos condutores para alarmes de incêndio. Quinze anos e muito trabalho e esforço depois, a fábrica – que em seus primórdios era a empresa de um homem só - detém, atualmente, 56% do mercado em seu segmento e se tornou referência na área. É ou não é uma história de SUCESSO?
O início do sonho
Segundo Custodio, o embrião do que se tornaria a sua empresa anos depois nasceu em 2006. O empresário trabalhava, naquela época, como comprador de uma empresa que consumia uma grande quantidade de cabos especiais e percebeu que havia uma restrição de mercado nesta área, pois somente duas ou três empresas possuíam tecnologia suficiente para produzir produtos dessa linha. Limitado a ser cliente destas duas ou três companhias, Custodio decidiu então iniciar estudos sobre a produção de cabos especiais seguindo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Porém, mesmo com todos os estudos sobre a matéria-prima e o maquinário que eram necessários para iniciar sua própria empresa no ramo, Custodio demorou quase cinco anos para tirar a ideia do papel. “Comecei a colocar isso em prática em 2010. Eu conhecia o que era, na teoria, uma extrusora e essa foi a primeira e maior máquina da empresa. Parcelei e comprei uma máquina usada e resolvi colocar a mão na massa”, conta.
Com a aquisição do primeiro maquinário para iniciar a produção, o próximo passo do empresário foi alugar um galpão em Mauá onde o equipamento seria alocado, o que aumentou seus gastos, já que naquele momento nada ainda era produzido. Assim, além de pagar as parcelas da compra da extrusora, ele passou a arcar com o aluguel do galpão utilizando parte de seus ganhos no emprego que ele ainda mantinha. Cláudio revelou ainda que só ia ao galpão aos sábados e domingos, dias que utilizava para desmontar, fazer toda a manutenção e remontar a máquina. Pouco tempo depois, contudo, ele tomou uma importante decisão. “O início foi muito difícil, mas eu tomei coragem de sair do emprego onde eu estava e resolvi me focar nisso”.
A Custodio Condutores toma forma e toma conta do mercado
“Não foi fácil. Todo dia era um aprendizado”. É assim que Cláudio Custodio define o período de cinco anos entre o início do projeto de criar sua própria empresa até o dia em que ela começou, de fato, a operar. Uma data inesquecível para ele, inclusive. “A empresa realmente começou a funcionar no dia 22 de junho de 2011”.
Mas se você pensa que logo de início a empresa assumiu uma estrutura parecida com a que possui hoje, engana-se. No primeiro dia oficial de operação da Custodio Condutores, o único funcionário da empresa era o próprio Cláudio. E essa forma de trabalho perdurou por algum tempo, forçando-o a terceirizar alguns processos de produção. “O processo era dividido em três partes e eu terceirizava parte da produção. Eu comprava toda a matéria-prima e enviava para uma empresa de fios e cabos elétricos para eles começarem os trabalhos para mim. Só que eu não explicava o porquê estava fazendo isso. Então, eles acreditavam que nós tínhamos a segunda e a terceira etapa aqui. Quando eu recebia esse material, mandava para uma segunda empresa, que fazia para mim o meio da produção, imaginando que tínhamos a primeira e a terceira etapa. E eu só tinha a terceira etapa, de finalização do produto, que fazia sozinho”, explica.
Meses de trabalho se passaram até que Custodio começasse a dar os primeiros passos na estruturação da empresa onde, inicialmente, fazia todos os serviços. Aos poucos, ele passou a operar todas as etapas e produzir 100% dos seus produtos. Novas máquinas foram adquiridas e após um ano de operações, os primeiros funcionários acabaram contratados. A situação, contudo, ainda não era nada fácil. Sobre esta época, Custodio se recorda de uma passagem com seu primeiro cliente e como foram os primeiros contatos com possíveis compradores de seus produtos.
“O meu primeiro cliente, que foi minha primeira nota (fiscal), quase recusou o produto. E ele chegou a comentar comigo que quase mandou o material de volta. Ele não acreditou no material. No começo eu dei muitos desses produtos. Colocava na porta do cliente e pedia que ele experimentasse, de graça. Alguns clientes até imaginavam que eu comprava material das grandes empresas que produziam esse cabeamento, colocava meu nome e revendia porque quando se compra em grandes quantidades, o preço é menor. Mas eu dizia que não, que eu produzia esse material do começo ao final e eles não acreditavam, porque a qualidade era a mesma. Cheguei a fazer convites para que os clientes viessem até a empresa”, conta.
Essa iniciativa rendeu frutos. Ao perceberem que os cabos que ele entregava se tratavam de produtos de qualidade inquestionável, os próprios clientes passaram a confiar mais nos itens. E aliados aos melhores preços em relação a outros produtores, a Custodio Condutores passou a ocupar, cada vez mais uma fatia maior do mercado nos anos seguintes até se tornar referência e chegar a liderança do comércio de cabos para alarmes de incêndio em meados de 2014. Hoje, a empresa detém 56% deste mercado.
Alguns dos diferenciais apontados por Cláudio Custodio em relação aos cabos que sua empresa produz são a qualidade dos materiais empregados na fabricação – todos de primeira linha –, o preço competitivo e o tempo de entrega, que em alguns casos é imediato, dependendo da necessidade do cliente. Porém, é a qualidade do produto final que se sobressai. E isso acontece porque a fábrica é focada exclusivamente neste tipo de item.
“Só faço cabeamento para alarmes de incêndio. É nisso que sou bom e é isso o que eu faço. Eu não entro em outro mercado. Eu faço cabeamento para alarmes de incêndio e nisso eu sou fantástico”, atesta.
O futuro da empresa
Mauaense do Parque São Vicente, Cláudio Custodio afirma que a escolha da cidade como sede da empresa não foi uma decisão difícil. Apesar de boa parte das fábricas deste segmento estar instalada em Poá, município localizado na região do Alto Tietê, Mauá oferece a ele toda a estrutura necessária para que sua empresa possa atender ao mercado com excelência, pois a cidade está localizada em um ponto estratégico, com fácil acesso a diversas localidades. Por esse motivo, ele deseja seguir na cidade.
Todavia, o empresário já planeja seus próximos passos. Feliz com a atual infraestrutura da Custodio Condutores (conta com 16 máquinas, 18 funcionários e representantes comerciais em todo o Brasil), Cláudio não deseja expandi-la. Porém, ele pretende se mudar para um novo espaço, mais amplo.
Quanto ao mercado, Custodio afirmou não ter sido afetado durante a pandemia, pois com o fechamento de diversos espaços, muito foi investido em manutenção, o que lhe permitiu ampliar as vendas. Além disso, ele acredita que ainda há muito espaço para expansão de negócios.
“Se levarmos em consideração os Estados Unidos, existe alarme de incêndio em todas as residências, é obrigatório. Já aqui no Brasil, só é obrigatório em galpões acima de mil metros. Ou seja, a maioria das residências e comércios não têm. Não tem nem em muitos órgãos públicos, como creches, escolas, UBSs, o que eu acho um absurdo. E o que tem, não há manutenção. Então, acredito que a partir do primeiro semestre do ano que vem, quando será lançada a ISO do alarme de incêndio, para se adequar até o fim do ano que vem, teremos muitas novidades”.
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