Devemos estimular política de ações afirmativas e valorização da diversidade étnica-racial

Por Portal Opinião Pública 25/03/2021 - 15:03 hs
Foto: Divulgação

A data de 21 de março é conhecida por ser o Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial e é um marco na batalha pelas conquistas de direitos sociais para a população negra. A efeméride foi criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em memória às 69 vítimas fatais do “Massacre de Sharpeville”, ocorrido em 1966, na África do Sul. Em meio ao apartheid, 20 mil pessoas negras protestavam pacificamente contra a instituição da Lei do Passe, que previa a obrigatoriedade de negros portarem cartões de identificação nos quais constavam os locais aonde eles poderiam ir, quando tropas do exército local começaram a atirar contra os manifestantes – 186 pessoas ficaram feridas após o massacre.

 Além do respeito à memória das vítimas do massacre, a data é um marco na luta da comunidade negra contra o racismo estrutural e a discriminação. No Brasil, em especial, a data marca os 40 anos de atuação do movimento negro, que obteve conquistas significativas: a luta pela inclusão de pautas fundamentais na Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, com destaque para a criminalização do racismo; a rememorização do tricentenário de morte de Zumbi dos Palmares, em 1995; a adoção de políticas públicas para o ingresso de jovens negros na universidade, com destaque para a criação de cotas raciais; entre outras vitórias do movimento.

Robson Santos, presidente da Associação “Quem Ama Cuida”, destaca a importância das associações no movimento negro. “As associações tem como dever criar movimentos que estimulem políticas de ações afirmativas e valorização da diversidade étnica-racial dentro das comunidades e é isso que acreditamos, só assim poderemos abordar os danos em massa que a violência estrutural tem causado”, encerrou.