Professor Betinho denuncia: testes rápidos pelos quais a Prefeitura de Mauá pagou R$350 mil apresentam resultados duvidosos

Por Portal Opinião Pública 13/08/2020 - 13:31 hs
Foto: Divulgação

Na terça-feira (4), dia da primeira sessão presencial da Câmara Municipal de Mauá após o recesso legislativo, na qual estava em pauta a votação de pedido de impeachment do prefeito Atila Jacomussi, a Secretaria de Saúde resolveu submeter a testes rápidos todos os vereadores e servidores da Câmara.

Vários servidores e quatro dos vereadores testaram positivo, entre eles Professor Betinho que também é pré-candidato a prefeito pelo PSL. Retestes foram feitos sendo um positivo e um negativo. O parlamentar foi então afastado da sessão pela secretária-adjunta de saúde.

Na sequência, procurou laboratório particular na cidade e fez outro teste, cujo resultado foi negativo. Como a dúvida persistiu, dirigiu-se até o Hospital de Campanha, onde foi submetido a novo teste rápido, com outro resultado positivo.

Inconformado, buscou uma nova contraprova e refez o teste em um segundo laboratório particular onde se viu diante de mais um resultado negativo.

O vereador afirma que o seu caso mostra que quando o assunto é Covid-19 a população de Mauá tem mais motivos para se preocupar em relação aos moradores de outras cidades. Dados de recente relatório produzido pelo Tribunal de Contas do Estado mostram que Mauá é a cidade que menos testa e, proporcionalmente, é a cidade que mais gasta com cada caso confirmado de Covid-19. São quase R$18 mil para cada doente. Apesar disso, a taxa de letalidade da doença na cidade é a maior do país, segundo o instituto ABC Dados.

Recentemente, a prefeitura de Mauá adquiriu 13.000 kits de testes rápidos ao custo de quase R$350 mil. Esses testes têm agora sua confiabilidade fortemente abalada, pois, repita-se, contra 3 testes positivos na rede pública de Mauá, houve 2 testes negativos na rede privada.

Mauá, que convive com inúmeras denúncias de superfaturamento e contratações irregulares para o Hospital de Campanha recentemente desmontado, sendo o prefeito alvo de recente ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), agora se vê diante da absoluta falta de credibilidade dos poucos testes que estão sendo feitos na população. Professor Betinho lamentou a situação e deixa as seguintes perguntas: Quem testou positivo pode não ser portador da doença?  Quem testou negativo pode ter a doença e estar contaminando outras pessoas sem saber? O futuro dirá.