Foi apresentado na Câmara Federal um projeto de lei, de
número 2257/24, que visa obrigar que os municípios brasileiros identifiquem
quais zonas em seu território correm risco de sofrerem desastres naturais. A
medida, proposta pelo deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), determina
que sejam realizadas, periodicamente, avaliações nestes locais para indicar
medidas preventivas que possam ajudar a evitar problemas como deslizamentos ou
alagamentos.
De acordo com o documento, apresentado em junho deste ano,
são consideradas zonas de risco de deslizamento aquelas "áreas onde as
características geológicas, geotécnicas e hidrográficas aumentam a
susceptibilidade a movimentos de massa gravitacional do tipo deslizamento de
terras e rochas" e zonas de risco de alagamento as "áreas propensas a
inundações temporárias provocadas por intensas precipitações pluviométricas ou
elevação de nível de corpos d'água".
Ainda conforme o texto, ficaria a cargo do município ações
como a identificação e classificação das zonas de risco existentes em seu
território a cada cinco anos, bem como a restrição de concessão de novos
alvarás de construção em áreas classificadas como de alto risco e a realocação
de moradores que residam em áreas classificadas como de alto risco. Essas ações
poderão contar com auxílio de órgãos estaduais e federais.
A proposta também enfatiza a necessidade da criação de um
cadastro nacional de zonas consideradas de risco, que seja acessível aos órgãos
de planejamento urbano e que contenha informações sobre essas áreas. Já o
descumprimento da lei poderia levar à suspensão de verbas federais destinadas à
infraestrutura urbana e ambiental e à aplicação de multas.
"A ocorrência de tragédias como os deslizamentos de
terra em Petrópolis (RJ) em 2022 e as enchentes no litoral norte de São Paulo
em 2023, que vitimaram centenas de pessoas e deixaram milhares de desabrigados,
evidencia a urgência de medidas preventivas e de planejamento urbano que
reduzam os riscos e garantam a segurança da população. A falta de reavaliação
periódica das zonas de risco, a ocupação irregular de áreas vulneráveis e a
ausência de políticas públicas eficazes de prevenção e mitigação contribuem
para a perpetuação desse cenário de tragédias evitáveis", justificou o
deputado.
No momento, o projeto transita em caráter conclusivo na
Câmara e ainda passará por análise nas comissões de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional,
de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania da Casa,
podendo virar lei caso seja aprovado, tanto na Câmara quanto no Senado.
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