Dois casos recentes de racismo que ficaram bastante conhecidos nos noticiários por envolverem pessoas públicas, um no Brasil e outro na Espanha, tiveram novidades positivas nesta semana. Em São Paulo, a justiça determinou que a mulher acusada de agredir verbalmente o ator e humorista Eddy Junior, em um condomínio na Barra Funda, onde ele morava e ela ainda reside, deixe seu imóvel em até 90 dias. Já na Espanha, uma pessoa que se utilizava da internet para proferir insultos racistas ao brasileiro Vinicius Junior foi condenada a oito meses de prisão, após se declarar culpada em julgamento.

No caso envolvendo Eddy Junior, a condenada – chamada Elisabeth Morrone – recorrerá da decisão e não foi enquadrada em nenhum tipo de crime. Já no caso referente às ofensas à Vini Jr., a pessoa condenada cumprirá algum tipo de pena se houver reincidência no crime. E ainda que as penas sejam brandas, os dois casos representam, ao menos, um pequeno avanço neste tipo de situação, que tem sido cada vez mais praticada em muitos lugares.

Muitos casos de racismo que ocorrem no dia a dia ficam sem qualquer resolução, o que contribui para que os autores sigam praticando essas ações, afinal, sem punição eles se sentem livres para seguir agindo como bem entendem. Porém, quando algum caso acaba ganhando holofotes, ao menos é exposto com maior ênfase que ainda vivemos em uma sociedade que pouco se importa a agressões a determinados grupos. E quando há algum tipo de punição aos agressores, cria-se um pequeno senso de justiça.

Esses pequenos avanços não vão mudar esse cenário de uma hora para outra, mas mostram que é possível buscar punições, mesmo que aos poucos, a quem tanto dissemina ódio gratuito.