Olivier Negri Filho

Os últimos acontecimentos na Europa nos fazem refletir sobre o rumo da democracia aqui e no mundo.

Em Portugal, após anos de sucesso de uma frente democrática, a qual se preocupava com a questão dos imigrantes e a justiça social, cedeu lugar a uma coligação de extrema direita que se coloca abertamente contra essas conquistas.

Na Espanha, o presidente Pedro Sánchez enfrentou ataques severos de elementos de extrema direita, levando-o a oferecer sua renúncia, porém foi reconduzido ao cargo pelo povo espanhol devido ao seu histórico de respeito aos direitos humanos e apoio aos refugiados, com foco na unidade europeia.

Na Inglaterra, após anos ocupando o poder, a direita e a extrema direita levaram o país às margens de uma catástrofe, principalmente com a saída do país da União Europeia, causando um prejuízo incalculável à economia, com altos índices de inflação e supressão de direitos sociais como a saúde.

Na França, após a eleição de um grande contingente da extrema direita para o Parlamento Europeu, o presidente Emmanuel Macron convocou novas eleições parlamentares. No primeiro turno, houve uma forte inclinação para essa direção, porém as forças democráticas se reorganizaram e os partidos de centro-esquerda acabaram sendo eleitos, apesar do crescimento da extrema direita.

Um aspecto marcante desses eventos recentes é que em nenhum desses países se questionou o processo eleitoral, ao contrário do que ocorreu nos Estados Unidos e no Brasil, o que demonstra um amadurecimento institucional.

O Papa, diante desses acontecimentos, se pronunciou, dizendo que a “democracia está doente (...) que ela não é uma caixa vazia e que não se trata apenas de ganhar ou perder uma eleição, mas sim daquilo que as pessoas acreditam como justiça social, liberdade, solidariedade e cidadania”.

Concordo com essa visão e acrescento que nós, que defendemos esses princípios, precisamos fazer mais para conscientizar as pessoas sobre o que é essencial para mantermos nossa civilidade e garantirmos nossos direitos fundamentais assegurados.

Defender a democracia é proteger o futuro da justiça, liberdade e igualdade para todos.

Um abraço.

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