Migrante ou refugiado?

Por Portal Opinião Pública 20/06/2024 - 11:26 hs
Foto: Divulgação

Olivier Negri Filho

Dia 19 de junho é o Dia Nacional do Migrante e no dia 20 o Dia Mundial do Refugiado, e embora os termos "migrante" e "refugiado" sejam muito utilizados, eles se referem a situações distintas que possuem suas próprias particularidades. Migrantes são pessoas que se deslocam dentro de um mesmo país, saindo de uma região para outra. Já os refugiados são pessoas que foram forçadas a deixar seu país de origem devido a perseguições, conflitos, violência generalizada, fome ou violação de direitos humanos.

 Em Mauá, é comum encontrar comunidades de refugiados vindos de países como Venezuela, Síria, Haiti e diversas regiões da África, buscando segurança e uma nova oportunidade de vida. Existem também muitos migrantes que vêm de outras regiões do Brasil, principalmente do Nordeste e do Norte, atraídos pelas oportunidades de trabalho e pela infraestrutura urbana.

Os motivos que levam pessoas a abandonarem seus lares em busca de melhores condições de vida são justos e legítimos, porém isso sobrecarregou toda a infra e superestruturas da cidade, que não conseguiu atender às demandas da população, principalmente nas questões de educação, saúde, saneamento básico, transporte e assistência social. Em 64 anos, a cidade de Mauá passou de 28.924 habitantes (1960) para 418.216 (2024), houve um aumento de aproximadamente 93%, onde a maioria da população é de famílias migrantes – como no caso da minha e, mais recentemente, de imigrantes refugiados.

A título de comparação, a cidade de Lisboa, em Portugal, possui cerca de 548.703 habitantes, onde 20% são migrantes e refugiados, que estão integrados social e economicamente, inclusive contando com apoio psicológico.  A diferença é que a cidade tem 20 séculos de existência e Mauá - com apenas 69 anos - precisa aproveitar seu exemplo para adequar-se à nova realidade, amenizando essa situação o mais breve possível.

Para que migrantes e refugiados se integrem de maneira eficaz e positiva, é essencial que a comunidade local e o governo municipal adotem políticas de acolhimento e suporte. Acolher refugiados e migrantes com empatia é crucial para construir uma sociedade mais inclusiva e solidária, onde a diversidade cultural enriquece a comunidade e todos podem contribuir para um futuro harmonioso e próspero. Pois deixar que o preconceito atinja essas pessoas, só tornará a vida mais difícil para elas que, desesperadamente, buscam um alívio em uma terra estranha.

Afinal, todos fazemos parte da humanidade e a solidariedade é capaz de curar qualquer ferida, seja ela física, moral ou social.

Um forte abraço.

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