A educação e a dengue

Por Portal Opinião Pública 14/03/2024 - 10:26 hs
Foto: Divulgação

Olivier Negri Filho

Estamos enfrentando uma epidemia de dengue nunca observada antes no Brasil e no mundo. Muitos são os fatores que contribuem para essa ocorrência: calor e chuvas acima da média devido ao fenômeno El Niño; o aquecimento global que, apesar de evidente, muitos negacionistas insistem em não aceitar (este assunto fica para uma próxima postagem); o enfraquecimento do SUS durante o governo anterior e que hoje ainda passa por uma fase de reestruturação e, por isso, não consegue desenvolver ações eficazes de prevenção e vacinação.

Existe ainda um fator mais importante: o comportamento de muitas pessoas ao fazerem o descarte irregular de resíduos sólidos, acarretando o acúmulo de água parada – berço das larvas do mosquito transmissor – fato constatado pela mídia que expõe vídeos mostrando os alagamentos, sobretudo em Mauá. Tudo isso junto é a receita perfeita para uma “epidemia de dengue” e outras demais consequências como os alagamentos...

E a educação com isso?

As escolas têm desenvolvido projetos no sentido de conscientizar as pessoas sobre a gravidade desta doença que pode levar à morte. Como diretor de escola pública, em um bairro predominantemente operário, tenho observado as ações pedagógicas de nossos educadores e a forte empatia de nossos estudantes com o tema. Ao levarem para seus lares as informações, gradativamente eles têm alterado a forma de descarte de lixo e o cuidado com recipientes que possam juntar água e ajudar na proliferação do aedes aegypti.

Essa constatação, facilmente observei nos depoimentos das crianças e adolescentes com os quais trabalhamos. Daí a grande importância da Educação para a saúde. Obviamente é o remédio necessário, mas sem ela é o mesmo que “enxugar gelo”.