Foi registrada em Mauá a primeira morte por dengue neste
ano. De acordo com informações da SES (Secretaria Estadual da Saúde) e da
Prefeitura Municipal, a vítima era uma mulher com idade entre 35 e 49 anos, que
faleceu no dia 13 de fevereiro. O laudo confirmando o falecimento chegou no
final da última semana.
Segundo o painel de controle da doença, gerido pela SES, 38
mortes foram confirmadas em todo o estado até o início da tarde desta
quarta-feira (6), sendo o óbito registrado em Mauá o único da região do Grande
ABC até o momento. Além disso, há quatro casos de morte ainda sendo
investigadas na GVE (Gerência de Vigilância Epidemiológica) de Santo André
(três em São Bernardo do Campo e um em Ribeirão Pires).
As outras 37 mortes pela doença foram registradas nas
cidades de Bariri (2), Batatais (1), Bauru (1), Bebedouro (1), Boracéia (1),
Bragança Paulista (1), Campinas (1), Franca (2), Guarulhos (3), Jacareí (2),
Mairiporã (1), Marília (3), Matão (1), Parisi (1), Pederneiras (3),
Pindamonhangaba (2), Ribeirão Preto (2), São José dos Campos (1), São Paulo
(2), Serrana (1), Suzano (1), Taubaté (2), Tremembé (1) e Votuporanga (1).
Ainda conforme as informações do painel da SES, 396.569 casos foram notificados, sendo que 152.471 foram confirmados. Em todo o estado, ainda há outros 142 óbitos em investigação.
Estado de emergência
Após o aumento no número de casos e óbitos por dengue, o
Governo de São Paulo anunciou o decreto de emergência em saúde pública para a
dengue nesta terça-feira (5). A medida foi recomendada pelo Centro de Operações
de Emergências (COE), já que o Estado atingiu 300 casos confirmados da doença
por 100 mil habitantes no início da semana.
O decreto permitirá que Estado e municípios implementem
ações com maior agilidade e, também, possa receber recursos adicionais do
governo federal. Cada município, a partir da análise de seu cenário
epidemiológico, poderá utilizar a medida estadual para decretar emergência em
âmbito local.
Durante reunião do COE, na Sala de Situação da Secretaria de
Estado da Saúde, a secretária da pasta em exercício, Priscilla Perdicaris,
apresentou os próximos passos. “O decreto é mais uma iniciativa do Estado
dentro de um planejamento de ações, iniciado no ano passado, para assegurar a
assistência aos municípios e à população. Usaremos os recursos disponíveis para
combater o Aedes aegypti”.
Segundo portaria do governo federal, os incrementos
financeiros para emergências deverão ser enviados ao Estado, a partir de agora,
para investimento em vigilância em saúde, atenção primária e atenção
especializada. Em São Paulo, os recursos serão destinados, prioritariamente,
para aquisição de máquinas de nebulização e insumos, contratação de pessoas e
ampliação da capacidade da rede.
“O monitoramento realizado pelo Estado, desde o ano passado,
apontava aumento expressivo no número de casos e a antecipação dos registros em
cerca de dois meses. Esse trabalho permitiu que uma série de ações fosse
tomada, evitando cenários mais críticos como os enfrentados pelos estados
vizinhos”, ressaltou Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, durante
reunião do COE.
Segundo Regiane de Paula, coordenadora em saúde da
Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), foi apresentado o Plano de Ação à
Emergência em Saúde Pública, que aborda uma sequência de ações diferenciadas e
construídas a partir da experiência no enfrentamento das transmissões anuais de
dengue. “O plano foi construído de maneira técnica e seguindo critérios
epidemiológicos, sempre se baseando na ciência. Ele nos norteará em ações dos
principais eixos envolvidos no controle das arboviroses: vigilâncias
epidemiológica, laboratorial e sanitária, controle vetorial, a assistência à
saúde, educação/comunicação e mobilização social, para os diversos cenários de
transmissão, tanto municipal, quanto regional e estadual”.
Para priorizar a transferência de pacientes na rede
estadual, que necessitem de leitos de alta complexidade, a Secretaria de Estado
atualizou a orientação para a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de
Saúde (Cross), para que todos os pacientes suspeitos para dengue tenham
prioridade.
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